segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Review - Guitar Hero 3: Legends of Rock [PS2]

Sim, eu joguei Guitar Hero 3 no meu quase ultrapassado PlayStation 2. No Joystick. Eu estou pensando seriamente em comprar a guitarra desse jogo. Acho que desta vez não vou mais conseguir resistir. De qualquer forma, abaixo segue o meu review. Ficou longo, mas não poderia ser diferente. Enjoy.

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Os semi-orfãos possuidores do Playstation 2 ainda tem muito com que se alegrar neste finzinho de geração. Muito se deve ao ultra-recente e aguardadíssimo lançamento de Guitar Hero: Legends of Rock, o terceiro game da franquia que nasceu no console e se consagrou imediatamente como um dos títulos musicais mais importantes já produzidos para os consoles. Grandes foram as expectativas, afinal, tratava-se de um novo Guitar Hero. Houveram, porém, desavenças entre as, até então, produtoras do jogo: Harmonix e Red Octane. Desta forma, tal qual costuma acontecer nas verdadeiras bandas de rock, o grupo original se separou. O resultado disso foi que Guitar Hero 3 acabou sendo desenvolvido pela Neversoft e Red Octane, afastando-se a Harmonix para desenvolver uma franquia nova, o igualmente esperado e peso-pesado Rock Band. Ainda surge daí um agravante: A Red Octane não teve direito ao código-fonte do jogo original, o que obrigou Guitar Hero 3 a ser totalmente refeito do zero. Manteria-se a fórmula do sucesso de Guitar Hero inabalada, uma vez que caiu nas mãos de estranhos? A resposta para esta pergunta foi finalmente respondida, e ela é ao mesmo tempo sim e não. É inegável dizer que este é um jogo totalmente novo e diferente dos outros dois (ou três, se contarmos o Encore) já lançados. No entanto, podemos dizer que o saldo de GH3 foi bastante positivo, apesar de nem tudo ter se saído da melhor forma possível, como tentarei detalhar nas linhas que se seguem.

Dizem que "em time que está ganhando não se mexe". Ainda assim, as diferenças foram inevitáveis. Inicialmente, continuamos com os mesmos cinco botões nas cores que já conhecemos, correspondendo aos mesmos botões no joystick ou no controle guitarra. Na "partitura rolante" eles agora estão um pouco menores, mas nada que chegue a dificultar de alguma forma a performance. Um elemento interessante que se pode notar aqui é que agora os hammer-ons e pull-offs são diferenciados das notas comuns, ganhando um brilho branco na parte superior. O jogo deixa uma margem consideravelmente maior de erro em relação à versão anterior, diminuindo a probabilidade de errar uma nota simplesmente por um leve atraso ou adiantamento na execução. Não pensem, entretando, que isto tornou o jogo mais fácil. Comparado à GH2, este é bem mais casca grossa e vai te fazer suar bastante para conquistar todas as 5 estrelas na dificuldade Expert. Feito, aliás, que é impossível de se realizar no Dual Shock (ou pelo menos por um mero mortal).

Foi adicionado um novo marcador de hits, que informa quantas notas foram feitas consecutivamente sem erro. Uma das coisas mais tristes nesta nova versão é, provavelmente, ver seu contador em 400 hits cair à zero por errar uma simples notinha num solo mixuruca (o que, logicamente, não é uma falha do jogo). Os marcadores de Star Power, Multiplier e Rock-o-Meter também foram remodelados. Este último, aliás, de forma infeliz, uma vez que não dá praticamente para visualizar o ponteiro, sendo o jogador obrigado a se guiar pelo gradiente de cores entre o verde e o vermelho para saber se está indo bem ou não na música.

Com certeza a maior novidade foi a inclusão do sistema de batalhas. No modo Career o jogador será desafiado por Tom Morello, Slash e Lou, um ser das profundezas das trevas, antes de seguir na sua turnê. As batalhas consistem em tocar as músicas visando a menor quantidade de erros possível. No entanto, surgirão power-ups ao longo da música, que podem ser usadas para atrapalhar o inimigo. Estes power-ups vão desde um string broken, que inabilita uma corda do oponente momentaneamente, até um lefty flip, que inverte o braço da guitarra do oponente, obrigando-o a tocar as notas de forma invertida. Vence a batalha o jogador que conseguir fazer o Rock-o-Meter do oponente cair no vermelho primeiro. Há quem goste do novo modo e há também quem odeie, mas de qualquer forma, ele acaba sendo uma boa opção no modo Multiplayer.

Falando em Multiplayer, além do já citado modo de batalha, temos ainda os já conhecidos face-off e pro face-off. E quanto ao cooperative? Este passou a ser um modo independente, originando o Cooperative Career. Agora duas pessoas poderão se aventurar em carreira para se tornar a maior banda de rock já conhecida, ganhando inclusive encores exclusivas para este modo de jogo. Cada jogador deverá escolher entre guitarra/baixo ou guitarra base/guitarra solo, de forma semelhante ao que já se havia visto em GH2.

E os gráficos? Aqui, com certeza, ficaram concentradas muitas das mudanças desta nova versão. Eles estão inegavelmente mais bonitos. Com cores vivas e brilhantes, muitos efeitos psicodélicos e repletos de detalhes, nota-se que eles estão bem à frente de GH2. No entanto, a arte do jogo não acertou em cheio quando criou o design dos personagens de GH3. Eles ultrapassaram aquela linha imaginária situada entre o estilizado e o real. Assim, na tentativa de recriar digitalmente os rostos de Slash e Tom Morello, o resultado final acabou não sendo muito agradável. Até mesmo o baterista ficou com a cara estranhamente achatada. Os outros personagens já conhecidos, no entanto, ficaram muito bons, e o número de movimentos diferentes que eles realizam no palco torna as performances bem variadas, apesar de eles estranhamente não se mexerem de um lado para o outro como costumavam fazer nas versões anteriores, ficando praticamente na mesma marcação do começo ao fim. O vocalista ganhou uma boca maior (na verdade, bem maior) e uma sincronização labial mais convincente, mas mesmo com um bom cardápio de animações com o microfone na mão, vai dar saudades do tempo em que todo mundo pulava no palco no ritmo da música. Era bem mais empolgante. O baterista agora também não fica mais repetindo uma só batida sem parar, mas em compensação o tronco não acompanha os movimentos dos braços, dando um aspecto meio robotizado. Por fim, todos os modelos parecem tremer levemente na tela, quebrando a fluidez das animações. Ou seja, apesar dos gráficos melhores, a arte do jogo e a parte técnica ainda não acertaram o ponto. Claro, há muitos aspectos positivos, como o belo visual de Judy Nails, mas isso era o mínimo que eles podiam fazer para compensar-nos pela falta da Pandora.

Os cenários ficaram bons e bem detalhados, sendo dois deles, inclusive, bem diferentes dos já vistos até então: Shanker's Island e Lou's Inferno. A quantidade de loadings foi um dos fatores negativos mais relevantes, geralmente levando mais tempo e surgindo em maior quantidade do que os de GH2, inclusive no retry. O design dos menus ficou interessante e agora contamos com animações entre as turnês. Os vídeos de extras não valem nem um centavo do seu suado dinheiro , pois não há making-offs das músicas ou behind the scenes, mas apenas mini-entrevistas com os guitarristas famosos que ajudaram na produção do jogo, o que não significa necessariamente que seja algo legal. A nova Store permite também a compra de baixos, figurinos novos para os personagens e variações de cores para cada um deles.

A conclusão final: Guitar Hero é Guitar Hero, e vice-versa. Apesar dos pequenos defeitos de animação, provavelmente decorrentes do port das versões next-gen do game para o PS2, a jogabilidade não foi comprometida. Com uma seleção de mais de 70 músicas que vão do clássico ao moderno, incluindo faixas importantes como "Welcome to the Jungle", "Rock You Like a Hurricane" e "The Number of the Beast", este é um título para se pôr lado a lado com os outros três já lançados e queridos por todos nós. E fiquem espertos, pois há uma boa surpresa nos créditos finais do jogo.

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Não nos esqueçamos que no fim do ano tem Rock Band na parada. A briga vai ser feia.

Em tempo: Breve estarei pondo o setlist do jogo no player aí do lado. Ainda estou upando tudo e vou precisar gerar um código novo. Amanhã pode rolar (ou não).

Um comentário:

Anônimo disse...

eu estive aqui e digo que parece muito bom, más tem um problema. A umilhação vai ser muito grande quando o pessoal começar a gritar:

- AAAHHHHH, tá lascado! Eu invertí o braço da sua guitarra, vai errar tudo! Ahahaha.

Mas nao se pode negar que vai ser muito divertido.
No seu último post sobre investigação criminal um cara diz:

"Oi, achei seu blog pelo google está bem interessante gostei desse post. Gostaria de falar sobre o CresceNet...".

Pelo modo que ele falou possivelmente ele nem sabia do que se tratava.
valew, inté.