segunda-feira, 14 de agosto de 2006

"Aquele dia que eu colei o grau..."

E aeh, turma? Blz?


Bem, esse post já está um pouco atrasado. Mas, como já diz o ditado, "antes tarde do que nunca", não é mesmo? Hoje falarei da minha colação de grau.

Pois é, deixei pra contar hoje, mas a colação ocorreu no dia 4 desse mês (agosto), uma sexta-feira. Já fazem 10 dias. Como alguns já devem saber, estou morando em Fortaleza, mas cursei Tecnologia em Eletromecânica no CENTEC de Limoeiro do Norte. Sendo assim, pedi folga pro chefe por três dias (!) para viajar pra casa e poder comparecer à solenidade de formatura. Assim, na quarta-feira, antes do meio-dia, cheguei em casa. Naquele mesmo dia à tarde fui comprar uma roupa decente pra festa (graças a Deus existem cartões de crédito no mundo). Claro, não pude deixar de visitar os colegas e amigos.

Dia seguinte, pela manhã, fui ao CENTEC para o ensaio da colação de grau. Sim, teve um ensaio! Estranho né? Mas eu até entendo. Tratava-se de uma solenidade, e cada um tinha de saber exatamente o que fazer para que não saísse nada errado. Ah! Esqueci de mencionar: eu fui escolhido como orador discente. Não, não o orador da turma, o discente mesmo. Eu tinha de falar não apenas em nome da minha turma, mas em nome de todos os alunos formandos da instituição. Portanto, escrevi um discurso beim bunitu pra não fazer feio.

O ensaio rolou normalmente, com toda a irreverência que só a turma da eletromecânica poderia ter. Somos conhecidos como o curso mais bagunceiro/desorganizado do CENTEC, e ostentamos nosso título com orgulho. Eu nunca falei, mas a turma da eletromecânica é constituída 99,9% de machos. É um curso um tanto ingrato, pois a grande maioria das mulheres acham a área pesada e grosseira demais. Havia apenas uma mulher na turma de conlcudentes esse ano: Suely, a agulha do palheiro. Graças a Deus, ao menos uma.

Enfim, no dia seguinte foi a colação. Minha madrinha de última hora foi a minha prima Janny Rutty. No início ia ser a mamãe mesmo, como de praxe, mas ela não quis e me sugeriu a Janny - o marido da Janny é desenhista profissional e desenha para o exterior. Não fique impressionado se encontrar o nome Ron Adrian em alguma HQ americana por aí. O cara já tá no mercado ao lado de vários nomes importantes do ramo.

A missa foi às 17 horas, e a cerimônia de entrega do diploma simbólico ocorreu por volta das 19:00h, 19:30h. Aquela velha formalidade de sempre, ótimo remédio pra insônia. Mas o tédio era quebrado pelas piadinhas furtivas dos colegas de turma ao nosso redor. Nessas horas é que vale ser da eletromecânica. Quando tudo o mais tá chato a galera ajuda a quebrar o gelo.

Aos poucos foi chegando a hora do meu discurso. Quanto mais se aproximava o momento, mais tenso eu ficava. Lembrei daquele post anterior, "O Teatro e Eu", quando falei daquele vexame na igreja. Pensei comigo mesmo: "calma, você é ator, isso é algo totalmente normal pra você". Mas então, quando meu nome foi chamado e me diriji ao palanque, iniciei o discurso e todo o nervosismo se foi. Costuma ser sempre assim em todo espetáculo de teatro também: a gente fica nervoso antes de entrar, mas logo que se põe em cena tudo ocorre naturalmente. Não sei como explicar isso. Só sei que é assim.

Fim da cerimônia, vamos à festa! Ainda bem que não era forró. Porquê? Bem, creio que devo aproveitar este momento para expressar minha total repugnância por este ritmo, argh, "musical". Existem basicamente três coisas que não suporto no que se refere à música, nesta ordem: Forró, Pagode e Axé. Forró é uma desgraça!!! É incrível como uma multidão de pessoas consegue ficar hipnotizada por sucessos do calibre de "Libera o Tom", "Lapada na rachada", "Forró do Zé Priquito", ou versos profundos do tipo "Já misturei cerveja com cachaça, me embriaguei por causa de você...". Há quem goste. Sinceramente, acho que nasci no estado errado.

Mas estávamos falando da festa. A banda foi uma tal de "Anos Dourados". A cantora era linda, e ela tinha uma postura de palco tão linda quanto. Os trejeitos e os movimentos dela eram belíssimos, sem ser exibicionista. Ela tinha classe e acima de tudo elegância. O mesmo não se pode dizer do cantor: canastrão era pouco para definí-lo. O cara não parava quieto, ficava dançando feito um louco. Parecia um Michael Jackson do Paraguai. Ele fazia o Moonwalker Pirata (aquele passo em que o Michael anda para trás, só que sem deslizar), quebrava o pescoço e balançava o pingulim, tudo de uma vez. E não cantava tão bem assim. Uma coisa devo admitir, a voz dele tinha volume! O cara praticamente tinha um alto-falante na garganta, mas o ego dele era tão grande que a certa altura do show eu fiquei sufocado e saí do salão. Foi muito engraçado quando ele resolveu que ia cantar "se ela dança eu danço". A banda num tom, ele noutro. Nádegas a ver. O cara ficava dando sinais para a banda baixar o tom, e fazendo negativo com a cabeça. Quem via achava que ele era o dono do grupo. Tremendo canastrão. Mas a garota era perfeita.

No início tocaram música de baile, daquelas bem velhas mesmo. Depois de um tempo foram chamados os casais para a valsa. Não, eu não dancei a valsa. Não faz parte do meu ser. Incompatível com a minha personalidade. A seguir veio Disco, Rock anos 60 ou 70, sei lá, e por fim, ele, o próprio: Forró. Era a minha deixa. Saí fora. Fui!

No fim, acho que a cerimônia de colação, com todas as formalidades e a chatice, foi o mais legal da noite. Não me animou em nada a festa. A única coisa que me tira do chão realmente é o bom e velho Rock. Nem Tecno nem Dance me animam, mas se toca um Rock, baixa o santo. Uma vez eu acordei com o pescoço todo dolorido depois de uma noite de Rock'n Roll, e olha que não tocaram as músicas do meu gosto.

Bem, essa foi a minha colação de grau. Claro que ainda passei o final de semana em casa, e viajei de volta pra capital no domingo à tarde. Ainda estou trocando de pele, graças à manhã que passei no rio com a galera.

Confiram o apanhado geral dessa viagem:

>> O que foi bom:

- Rever os colegas e amigos;
- Meu discurso de colação (sem contar vantagem, mas eu gostei muito);
- A tiração de sarro típica da turma;
- Minha roupa nova;
- Jogatinas incessantes de Super Mario War (tópico à respeito em breve);
- Banho no rio.

>> Faltou:

- Aqueles chapéus quadrados com a cordinha de lado;
- Uma foto de mim nas costas do Daniel Panda fazendo cavalinho para a posteridade;
- A formatura do Valdemiro, o danadão;
- Eu abrir a mão e ter tirado uma foto da minha formatura;
- Um rock digno de ser pulado;
- Uma roda de amigos tocando violão no sábado.

Com esse resumão vou ficando por aqui. Até a próxima!

2 comentários:

Anônimo disse...

Foi divertida a festa, hein??? Você também conhece o Daniel Panda? Mundinho pequeno... Então deve conhecer meu marido, o Khalil. Sempre que der, passarei pelo seu blog... E parabéns pela formatura!!!

Anônimo disse...

Realmente a nossa formatura foi maravilhosa, fato que não dar para esquecer.Afinal, carregar o título de graduado em Eletromecânica não é privilégio para muitos, ainda mais para uma pessoa como eu, como você ressaltou, a única "agulha do palheiro".Ainda mais se formar com pessoas altamente capacitados como os 99,9% de macho.São lembranças que sempre ficarão em minha memória e que vale a pena repassar para os demais.